Depois de sete anos, o Brasil está muito próximo de voltar a ter um piloto titular na Fórmula 1. Gabriel Bortoleto tem chamado a atenção de várias equipes e vem sendo associado à Audi/Sauber, que ainda não definiu um de seus nomes para a próxima temporada. Nesta segunda-feira, 4 de novembro, ele estará no The Noite e abre o jogo com Danilo Gentili a respeito do seu futuro quando questionado se tem data para chegar à principal categoria do automobilismo mundial.
"Se Deus quiser, no ano que vem ou daqui a dois anos. Esse é o meu objetivo, mas depende de outras coisas, dos chefões das equipes me contratarem. Estou tentando mostrar o meu trabalho na pista, mas acho que, com os resultados que estamos tendo, vai acontecer", afirmou o brasileiro que é empresariado por Fernando Alonso.
Gabriel Bortoleto foi campeão da Fórmula 3 em 2023, em seu ano de estreia. Na temporada atual, ele é o líder da Fórmula 2, restando apenas duas etapas. Além disso, também faz parte da academia da McLaren, que auxilia em seu desenvolvimento.
Uma trajetória recente e vencedora, construída com muito esforço dele e de toda a família. "Comecei no automobilismo quando tinha 6 anos, nos kartódromos da Granja, Aldeia da Serra e Interlagos... Quando comecei, não tínhamos uma condição financeira muito boa. Meu pai criou uma empresa de telecomunicações que, na época em que comecei no kart, era muito pequena. Não tínhamos condições de pagar tudo".
"Com o tempo, meu pai foi entendendo que o automobilismo é um esporte caro e que é preciso ir para a Europa se você quiser chegar à F1. Ele trabalhou incansavelmente; na maioria das vezes em que estive no Brasil, eu nem o via sair nem chegar em casa", conta Bortoleto, que, aos 11 anos, mudou-se para a Itália sem avisar a mãe.
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"Ela não iria me deixar ir. Sempre foi muito apegada. Então, meu pai disse: 'Daqui a um mês, vocês vão pegar um voo, e eu só vou contar que você não vai voltar quando já estiver lá'. Quando chegamos, ele disse: 'Aluguei uma casa pequena, e eles vão ficar direto'. Minha mãe ficou um mês sem falar com meu pai. Quase deu término de casamento", complementa.
Bortoleto também relata que seu irmão precisou renunciar à carreira já que seu pai, sempre apaixonado por Fórmula 1, não tinha condições de bancar os dois.
"Meu pai adorava (Fórmula 1), sempre acompanhou o Senna. Ele vem de uma condição bem simples, então nunca pôde competir, mas sempre foi uma paixão dele. Meu irmão, seis anos mais velho do que eu, começou a competir antes e foi até os 16 anos. Mas teve que parar porque ele não tinha condições de manter os dois ao mesmo tempo", ressalta.
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"Acho que ele (irmão) entendeu que não conseguiria chegar à Fórmula 1, até por ter começado mais tarde do que eu, com 12 anos. Eu já estava ganhando nas categorias de base do automobilismo europeu e ele disse: 'Deixa o meu irmão'. Ele decidiu parar para que eu pudesse continuar", finaliza.